Para BID, recursos obtidos com mineração devem se tornar investimentos

Chovendo no molhado. Basicamente, foi o que o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disse na Convenção Mineira do Peru, ao falar sobre o setor. Para o conselheiro econômico regional do órgão, Fidel Jaramillo, os recursos gerados pela mineração na América Latina devem permitir o financiamento de infra-estruturas e a diversificação dos investimentos, e que a vasta disponibilidade de recursos naturais na América Latina deve "facilitar o clima para abrir empresas, investir em capital humano e inovação, favorecer o investimento estrangeiro direto, buscar e abrir mercados internacionais e manter a estabilidade macroeconômica".

Segundo ele, desde 2000 a mineração vem fornecendo grandes recursos às economias de países como Peru, Chile e México, e gerando maiores volumes de exportação com melhores preços, mas lembrou da maior vulnerabilidade externa dos produtores de commodities e descartou mudanças bruscas no panorama em um futuro próximo. Na opinião de Jaramillo, o problema não é a abundância e aproveitamento de recursos naturais, mas a concentração nos produtos, sem desenvolver exportações com maior sofisticação nem criar cadeias produtivas no campo da inovação.

Também participou como convidada a vice-ministra de mineração do Chile, Marisol Aravena, que falou sobre o fundo de US$ 95 milhões para financiar projetos de inovação à disposição do setor mineral do país. Outro convidado a discursar foi o Coordenador Geral de Mineração do México, Norberto Roque Díaz de León, disse que é preciso "romper o paradigma de recursos naturais histórico na região" para abrir caminho a outras atividades econômicas.