Lula sinaliza volta de Silas Rondeau ao MME

Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a entender, no Congo, que o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), afastado durante a "Operação Navalha" da Polícia Federal, voltará ao cargo caso não seja denunciado pelo Ministério Público: "Temo que os que acusaram o Silas é que vão ter que prestar uma boa explicação. Vamos aguardar".

Para Lula, o ministério tem funcionado normalmente com o ministro interino Nelson Hubner, mas declarou que o caso Rondeau "não ficou bem explicado". Ele foi acusado pela Polícia Federal de ter se beneficiado de contratos com a empreiteira Gautama, em maio último. Ao longo de cinco meses fora da pasta, Rondeau esteve duas vezes com Lula, sempre em finais de semana. Em ambos, Lula reafirmou que, sem denúncia, ele voltaria à pasta.

A Polícia Federal o acusa de ter recebido R$ 100 mil do esquema dos contratos com a Gautama. Silas Rondeau é afilhado político do senador José Sarney, e tem participado normalmnete das reuniões dos conselhos de administração de Itaipu e da Petrobras, o que lhe perfaz um salário mensal em torno dos R$ 17 mil. Segundo a "Folha de São Paulo", o ex-ministro tem 30 anos no setor elétrico e, nesse período, recebeu convites da iniciativa privada, mas recusou: "Minha grande preocupação é comprovar a minha inocência e a grande injustiça que fizeram", disse.