Ex-repúblicas soviéticas farão ferrovia para escoar petróleo do Mar Cáspio

Nesta segunda-feira os presidentes de Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, e Turcomenistão, Kurbanguly Berdymukhamedov, fecharam acordo para construir uma ferrovia entre os dois países às margens do Mar Cáspio, como forma de escoamento da produção petrolífera de ambos os países para a Rússia e de lá para a Europa. Os dois países também cogitam a construção de uma rodovia paralela à ferrovia, que seria ligada à rede viária que leva à China, ao Irã, à Índia e ao Paquistão, reduzindo o isolamento da região, rica em diversos recursos energéticos e vista como uma alternativa ao sempre tenso Oriente Médio.

O presidente cazaque antecipou que, em setembro, o Turcomenistão, o Cazaquistão e a Rússia assinarão um acordo para a construção do Gasoduto do Cáspio, orçado em mais de US$ 1 bilhão e que bombeará 12 bilhões de metros cúbicos de gás por seus 510 quilômetros, chegando a 30 bilhões até 2017.

Assim, forma-se uma boa oportunidade de aliança energética entre um dos maiores produtores de petróleo e de urânio do planeta (Cazaquistão) e a quinta maior reserva mundial de gás (Turcomenistão). Uma aliança que, até bem pouco tempo atrás, só poderia acontecer em uma piada: o Cazaquistão é a pátria do repórter fictício Borat Sagdiyev, enquanto o Turcomenistão era presidido na vida real pelo doidão Saparmurat Nihyazov, que chegou até a mudar o nome dos meses do ano - o corrente mês de maio, por exemplo, no país é conhecido pelo nome da progenitora do ditador, falecido em 2006.