Banimento 1: cidade venezuelana tem atividades de mineração suspensas

Alegando "razões ambientais", o ditador Hugo Chávez, presidente da Venezuela, ordenou que a cidade de La Paragua, no sudeste do país, tivesse as atividades de mineração suspensas. O boom do setor, precisamente nas áreas de ouro, diamantes e outras gemas, fizeram com que mais de 45 mil pessoas fossem tentar a sorte na região, onde a exploração se dá de forma precária, com o garimpo sendo pessimamente fiscalizado e com uma pífia infra-estrutura.

A cidade foi palco de conflitos do Exército do país e de garimpeiros no mês passado, que foram noticiados pelo seu Portal do Geólogo e culminaram na morte de seis pessoas, além de danos materiais causados pela ira dos garimpeiros. Desde então, as Forças Armadas ocuparam a região e estabeleceram barreiras de entrada e saída, num clima verdadeiramente ditatorial.

Por um lado, moradores insistem em afirmar que o garimpo seguirá, de forma clandestina, "enquanto houver diamantes e ouro no solo". Por outro, rios da região estão contaminados por mercúrio, dragagens mal efetuadas erodiram a paisagem e chegam mesmo a ameaçar o complexo hidrelétrico de Guri, que fornece cerca de três quartos da eletricidade consumida na Venezuela.

O governo prometeu criar emprego para os garimpeiros no turismo ou agricultura e ensiná-los a plantar milho ou mandioca. Eles, por sua vez, dizem que as promessas não foram cumpridas. Há uma presença maciça de brasileiros e guianenses na região, e até mesmo portugueses e tchecos migraram em busca de ouro e diamantes.

Enquanto o país aguarda as eleições marcadas para dezembro, a cidade tornou-se um local de frustração com o exército e o governo Chávez, com o garimpo prosseguindo em seu passo clandestino. Falta regulamentação? Falta fiscalização? Falta consciência de desenvolvimento sustentável?

Falta tudo, pois. Mas a simples proibição da mineração está longe de ser uma boa saída.