Acordo permite retomada de exploração em Serra Pelada

Um acordo assinado nesta terça-feira, no Ministério de Minas e Energia, entre a Companhia Vale do Rio Doce e a principal cooperativa de garimpeiros de Serra Pelada, a Coomigasp, permitirá a retomada da exploração de ouro na região sudoeste do Pará, que ficou conhecida como o maior garimpo a céu aberto do mundo na década de 1980. 100 hectares na área do antigo garimpo, atualmente nas mãos da CVRD, serão cedidos à Coomigasp; esta, em troca, cederá 49 hectares de terra para a exploração de calcário.

Felizmente, a nova exploração do ouro não poderá mais ser feita por garimpo manual, e ainda poderá levar cerca de dois anos para ser retomada de fato; as reservas garimpáveis já teriam se esgotado e a exploração a partir de agora demanda uma intervenção com máquinas, baseada em pesquisas geológicas. Daqui pra frente, a cooperativa deverá cumprir os trâmites legais junto ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e contratar uma empresa ou fazer uma parceria para a mineração industrial em Serra Pelada. Cinco empresas já teriam demonstrado interesse no negócio, segundo o presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada, Raimundo Benigno.

Quanto à Vale, parece que o negócio também foi muito bom: o calcário das reservas cedidas deverá ser usado na produção de ferro-gusa. Ainda nesta semana o DNPM deve liberar o alvará de pesquisa para que a cooperativa realize estudos de viabilidade de exploração; dados preliminares dão conta de que a reserva conta com 20 toneladas de ouro. Os estudos feitos pela CVRD serão liberados aos novos exploradores. Segundo o presidente do sindicato dos garimpeiros, o acordo beneficia cerca de 67 mil trabalhadores que trabalharam no garimpo de Serra Pelada que estão cadastrados junto às cooperativas.