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Turmalina Paraíba, uma das gemas mais caras do mundo, pode estar se transferindo para a África
Publicado em: 21/11/2013 20:23:00
Talvez você, como muitos, já deve ter se perguntado, em algum momento de sua
vida - afinal, o que é essa tal de Turmalina Paraíba e por que ela é uma das
gemas mais caras do mundo?
A resposta, é lógico, está na sua raridade e beleza. Uma das características
dessa gema é a sua cor brilhante, vívida, quase um neon que só é salientada após
a lapidação.
Do ponto de vista técnico ela é uma variedade cuprífera de elbaíta, uma
variedade de turmalina cuja fórmula é Na(Li,Al)3Al6B3.Si6O27(OH,F)4. O nome
Paraíba vem da primeira localidade onde essa turmalina foi descoberta.
Segundo a lenda a turmalina Paraíba foi descoberta por Heitor Dimas Barbosa em
1981. Heitor passou anos escavando um pegmatito próximo da Vila S. José da
Batalha, acreditando que debaixo do morro chamado Paraíba existia algo
diferente.
Somente em 1989, Heitor conseguiu o primeiro lote de pedras de qualidade. As
cores eram extraordinárias nunca vistas antes em nenhuma outra turmalina: estava
descoberta uma das gemas mais preciosas do mundo.
As cores são variadas, mas a clássica é o azul neon cor gerada pelo conteúdo de
cobre do manganês na estrutura cristalina da turmalina.
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As brasileiras clássicas com seus tons de
azul |
Acima Turmalinas Paraíba vindas da África
com diversas colorações |
A cor e seu brilho extraordinário são realçados após a lapidação e pelo
aquecimento. O aquecimento da turmalina é feito para que a cor alcance o seus
tons mais vívidos, a sua principal característica.
As Turmalinas Paraíba brasileiras são raras e, geralmente, pequenas. As
estatísticas mostram que são necessárias 2.000 toneladas de material para
produzir 40 quilates. O que é pior, aa minas brasileiras já estão praticamente
exauridas.
O preço do quilate varia de acordo com a cor, tamanho, transparência, ausência
de inclusões e lapidação. Em geral é comum ver preços acima de US$10.000 por
quilate em pedras de bom tamanho.
No entanto uma nova descoberta está fazendo as Paraíbas mudarem de continente...
A Paraíba na África:
Mais recentemente, em 2001, foram descobertas turmalinas “Paraíba”na Nigéria e
em Moçambique. Essas novas descobertas geraram muitas polêmicas sobre o termo
Paraíba. Os gemólogos estavam propensos a chamar a gema de Elbaíta Cuprífera.
Mas em 2006 foi decidido que todas as turmalinas tipo elbaita com cobre deveriam
ser chamadas de Turmalinas Paraíba ou tipo Paraíba.
As turmalinas vindas da África não podem ser diferenciadas das brasileiras.
Somente com estudos químicos foi possível identificar a “digital química” destas
turmalinas que realmente tem alguns elementos traços um pouco diferentes.
O que, no entanto, preocupa é que as Paraíbas africanas são muito maiores do que
as brasileiras e podem ser produzidas em maiores quantidades o que vai acabar
afetando os preços do quilate. Aqui é raro uma Turmalina Paraíba com mais de
cinco quilates enquanto que na África estão surgindo várias acima de dez
quilates sendo que é de Moçambique a maior Paraíba lapidada do mundo (foto).
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Uma Turmalina Paraíba rara com 14,2 quilates de
Moçambique |
57,19 quilates de Moçambique é a maior Turmalina Paraíba lapidada
do mundo e
pode valer mais de 25 milhões de dólares. |
Fotos: Wimon Manorotkul
Autor:
Pedro Jacobi -
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