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TAPAJ�S, OURO E MERC�RIO. FATOS E BOATOS SOBRE A CONTAMINA��O DOS SEUS HABITANTES
por Pedro Jacobi
Com a descoberta do ouro em 1958, a regi�o do Tapaj�s sofreu uma dr�stica transforma��o. Em pouco tempo dezenas de milhares de prospectores de ouro, os garimpeiros, invadiram a cidade, os rios e, aos poucos, as matas. Calcula-se que mais de 500.000 homens garimparam na regi�o. As consequ�ncias deste trabalho e da lavra desorganizada se fizeram sentir imediatamente. Com o garimpo veio o dinheiro e, naturalmente, os problemas inerentes a ele. Um dos pontos mais debatidos tanto pela m�dia nacional e internacional como pelos meios acad�micos, foi o da contamina��o do meio ambiente, flora, fauna e pessoas pelo merc�rio.
O sensacionalismo A partir da d�cada de 80 muito se falou sobre o assunto e as not�cias mais alarmistas e geradoras de manchetes foram as mais divulgadas. Acreditava-se que a regi�o e seus habitantes estariam totalmente contaminados e que em breve o mundo veria o horror de Minamata pintado com cores tropicais. Na �poca os primeiros resultados anal�ticos mostravam que a contamina��o por merc�rio era detectada a centenas de quil�metros dos garimpos, nas proximidades de Santar�m. Os c�lculos sobre a quantidade de merc�rio jogada no meio ambiente eram, consequentemente, astron�micos. Como o merc�rio havia contaminado centenas de milhares de quil�metros quadrados? Os debates se acirraram, comiss�es foram nomeadas e um estado de ca�a as bruxas instalado. Esperava-se uma grande cat�strofe com a morte e a deformidade de muitas pessoas. A Doen�a de Minamata Minamata � o nome de uma ba�a no Jap�o que foi o palco da maior cat�strofe ambiental causada por merc�rio na hist�ria do homem. O merc�rio, em sua forma org�nica (metilmerc�rio) foi jogado ao mar por uma industria qu�mica japonesa a Chisso Chemical Corporation. O metilmerc�rio � um composto qu�mico bastante sol�vel e pode ser concentrado milhares de vezes nos peixes e mariscos que, para capturar o oxig�nio ou se alimentarem, filtram imensos volumes de �gua. A contamina��o dos peixes em Minamata foi a principal causadora da contamina��o humana a seguir. Milhares de habitantes das comunidades vizinhas � Ba�a, cuja principal dieta era constitu�da de frutos do mar, foram contaminados e desenvolveram os sintomas do que foi chamado de Doen�a de Minamata. A doen�a ataca o sistema nervoso e c�rebro causando dorm�ncia nos membros, fraquezas musculares, defici�ncias visuais, dificuldades de fala, paralisia, deformidades e morte. O metilmerc�rio ataca da mesma forma os fetos durante a gesta��o podendo ou n�o mat�-los. Um grande n�mero de crian�as com deformidades causadas pela doen�a foi registrado nos anos que se seguiram ao desastre ecol�gico. O resultado da contamina��o em Minamata se faz sentir at� hoje. Morreram 1.435 pessoas e mais de 20.000 foram contaminadas e est�o recebendo indeniza��es. Das formas de contamina��o por merc�rio qual � a mais perigosa para o ser humano? Existem v�rias formas de merc�rio, mas iremos discutir as tr�s mais importantes para o caso do Tapaj�s.
A conclus�o que se chega � que as formas de merc�rio org�nicas s�o as mais perigosas e as respons�veis pelos desastres ocorridos. Mesmo a inala��o do merc�rio met�lico que � uma das formas de cont�gio mais comuns nos garimpos e nas lojas de compra de ouro n�o tem o o mesmo efeito mal�fico que o envenenamento por metilmerc�rio. Hoje a maioria das pessoas que vaporizam o merc�rio j� usam as m�scaras de prote��o e as capelas. O merc�rio e o garimpo O garimpeiro, para aumentar a recupera��o das finas part�culas de ouro, usa o merc�rio na sua forma l�quida. Este metal l�quido tem a propriedade de capturar os gr�os de ouro formando um am�lgama. Na realidade � este mesmo am�lgama que foi usado at� pouqu�ssimo tempo atr�s, nas obtura��es e pr�teses dent�rias. Ou seja a maioria dos cidad�os de meia idade carregam uma fonte de merc�rio em sua boca. No garimpo a opera��o com o merc�rio consiste em colocar grandes quantidades deste metal l�quido nas caixas (sluice boxes) em posi��es estrat�gicas onde o ouro estar� sendo tamb�m concentrado. O fluxo da �gua faz o ouro entrar em contato com o merc�rio sendo imediatamente aprisionado. O processo �, em geral, muito rudimentar e causa grandes perdas de merc�rio que � transportado pelas �guas para os rejeitos onde se infiltra. O am�lgama que n�o foi perdido na garimpagem �, ap�s alguns dias, processado pelo garimpeiro com o intuito de recuperar o ouro e parte do merc�rio met�lico. Este processo � a maior fonte de contamina��o dos garimpeiros pois nele � usado o ma�arico, que vaporiza o merc�rio deixando somente o ouro na sua forma s�lida. Os vapores de merc�rio, pela inexist�ncia de equipamentos de prote��o, m�scaras e capelas, eram, parcialmente inalados pelos garimpeiros e despejados na atmosfera. A Polui��o dos Rios e da Atmosfera no Tapaj�s � f�cil entender a preocupa��o dos pesquisadores pois todos os ingredientes para um gigantesco desastre ecol�gico, maior do que o de Minamata, estavam presentes na hist�ria Tapaj�nica das �ltimas d�cadas. Toneladas de merc�rio foram jogadas nos rios e suas margens e outras toneladas de merc�rio vaporizado contaminaram a atmosfera do Tapaj�s. Esperava-se que o merc�rio met�lico se transformasse rapidamente em metilmerc�rio sendo ent�o assimilado pelos peixes e, posteriormente, pelos homens causando mortes, deformidades e os sintomas que caracterizam a doen�a de MInamata. E os habitantes da regi�o? Estavam doentes? V�rios estudos efetuados por pesquisadores nacionais e internacionais de renome (vide bibliografia) mostraram que apesar de contaminados , os habitantes da regi�o, quase n�o mostravam os sintomas da doen�a. As pesquisas foram feitas em v�rias ocasi�es e com metodologias diferentes. A princ�pio acreditava-se em uma polui��o de enormes dimens�es. No entanto, a medida que eram estudados os n�veis de merc�rio nos habitantes da regi�o, aos poucos , foi sendo constatado que a maioria deles n�o estavam sofrendo dos sintomas da doen�a de Minamata. Os resultados das amostras de cabelo, urina e sangue coletados continham, quase todos, n�veis de contamina��o inferior aos limites m�nimos preconizados pelas organiza��es mundiais de sa�de. Os garimpeiros e compradores de ouro podiam ter elevados n�veis de merc�rio, mas, quase sempre era merc�rio met�lico que havia aderido aos seus cabelos. J� os habitantes de algumas comunidades ribeirinhas, pela sua dieta de peixes, foram os que apresentaram os maiores �ndices de contamina��o por metilmerc�rio. Em todos estes casos estudados, mesmo nas pessoas com teores acima de 50ppm de Hg n�o foram constatados os sintomas de Minamata. Em suma a doen�a n�o havia se instalado no Tapaj�s. O que ocorreu? Porqu� o Tapaj�s n�o � a sede do maior desastre ecol�gico causado pelo merc�rio no mundo? O que efetivamente salvou a vida de in�meras pessoas e crian�as foi a combina��o dos seguintes fatores:
Gra�as a esta combina��o de fatores � que hoje n�s n�o temos , no Tapaj�s, uma Minamata Brasileira. Mesmo n�o havendo os cl�ssicos casos da doen�a de Minamata a polui��o existe e a contamina��o dos habitantes est� ocorrendo. � importante que os garimpeiros e as autoridades respons�veis mantenham um controle sobre o uso indiscriminado do merc�rio evitando desta forma que a polui��o possa se agravar mais ainda. Nas d�cadas de 80 e 90 houveram muitos debates sobre o assunto e sobre as preven��es e controles que deveriam ser implementados. Isto tem que ser reativado e a polui��o efetivamente paralisada. merc�rio, mercurial, prospec��o geoqu�mica, pedro jacobi ge�logo,tin, porphyry, porphyries, titanium, cobalt, tantalite, rutile, ilmenite, columbite, caulim, caulinita, kaolin, garimpo, garimpeiro, garimpeiros, pista de pouso, trincheiras, po�os, trenchs, pits, drilling, diamond drill holes, minamata desease, decease, doen�a, meio ambiente, meio-ambiente, meioambiente, contamina��o, desastre ambiental, ambientalista, tapajos, tapaj�s, rio tapaj�s, rio tapajos, garimpo, amazonas, amaz�nia, amazon, polution, polui��o , fish, mercury, methilmercury, metallic mercury, Carajas,Caraj�s, Par�, Pedro Jacobi, evaluation, negotiations, negotiator, negocia��o, negocia��es, alunita, alunite, pyrophyllite, pirofilita, di�sporo, sericita, sericite, chlorite, clorita, pirita, pyrite, chalcopyrite, calcopirita, galena, esfalerita, sphalerite, hydrothermal alteration, pipes, kimberlites, lamproites, diatremes, volcanoes, vulc�o, 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