Barrick endurece o jogo e só irá investir em projetos com TIR acima de 15%

Barrick endurece o jogo e só irá investir em projetos com TIR acima de 15% Os sucessivos prejuízos e desvalorizações bilionárias que a Barrick Gold vem enfrentando nos últimos anos estão servindo de lição à maior mineradora de ouro do planeta.

Agora, finalmente, a empresa está decidindo seus próximos passos em bases puramente econômicas.

Chega de sonhos!

É o exemplo de Pascua-Lam, o mega projeto de mais de 15 milhões de onças de ouro na fronteira do Chile com a Argentina.

Pascua-Lama é um desses gigantes minerais raríssimos que dão água na boca na maioria dos mineradores do mundo.

No entanto, para o bom executivo, o foco não deve estar nas 15 milhões de onças de ouro ou nos US$20 bilhões que esse ouro representa. O foco deve estar na taxa interna de retorno a TIR ou em outros parâmetros econômicos como NPV, EVA etc...

Para a Barrick se a TIR não estiver acima de 15% nenhum projeto irá decolar a partir de agora. Não interessa a quantidade de ouro enterrada no subsolo, mas sim o lucro que a operação pode trazer para a mineradora.

Pascua-Lama é um projeto sob intenso fogo cruzado dos ambientalistas. Ele já foi suspenso em 2013 e, desde então, está ameaçado.

A jazida está em região ínvia, de grande altitude, onde existem glaciais que devem ser protegidos. Os desafios são imensos e os investimentos previstos de mais de US$9 bilhões, refletem a complexidade do projeto, reduzindo, consequentemente, as taxas internas de retorno.

Em função das novas exigências e de um novo tratamento de água, que contempla o uso da água do mar, o projeto foi posto na geladeira até que a Barrick consiga entender, no detalhe, os custos e a nova economicidade.

Uma sábia decisão.

Se Pascua-Lama não superar os 15% de TIR as suas 15 milhões de onças serão engavetadas até um futuro remoto quando as condições se tornem bem mais favoráveis.

Se isso ocorrer, no próximo balanço a Barrick poderá ser obrigada a tirar do seu ativo o valor já investido em Pascua-Lama que supera US$5 bilhões.

Mais um desastre anunciado e mais uma lição àqueles que desprezam a economia mineral nas suas decisões gerenciais.

Lembre-se disso quando alguém falar que o projeto X tem a maior reserva do “universo”...como muitos vendedores costumam dizer. Isso não vale nada se a operação não for lucrativa.

Lembre-se que para calcular o lucro futuro é necessário um grande investimento presente.

Isso é mineração inteligente.

Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

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